quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Apagão no Nordeste

Mais um apagão de grandes proporções atingiu o país neste dia 28/08/13. Já foram 9 apagões no governo Dilma.

Fonte: Folha

Segundo dados fornecidos pelo Cbie (Centro Brasileiro de Infra-estrutura) tivemos 150 blecautes acima de 100MW desde início de 2011. Somente em 2013 foram 27.

Os 9 apagões de grandes proporções (>800MW) registrados desde 2011, 8 ocorream neste último ano, indicando talvez uma fragilidade no sistema interligado nacional. A principal região afetada é o nordeste, pois recebe boa parte da energia oriunda de outras regiões, devido à falta de potencial hídrico.

O apagão desta quarta novamente atinge o nordeste, desligando todos os seus estados com excessão do Maranhão (parcialmente afetado). O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, negou que haja fragilidade no sistema. "Queimadas provocam este tipo de desligamento. Isso já aconteceu outras vezes no Brasil e no mundo", ponderou. O ministro disse que 40 minutos após o desligamento foi iniciado o restabelecimento da energia nas capitais nordestinas.

Lobão afirmou ainda que o governo fará uma investigação para apurar as causas da queimada de grandes proporções que provocou o curto-circuito. "O impacto, inegavelmente, foi forte. Vamos investigar as causas", disse Lobão. Ele negou que a ocorrência se deva a fragilidade do sistema elétrico. O Nordeste vive este ano a pior seca dos últimos 50 anos, o que prejudica o funcionamento das usinas hidrelétricas.

"Não existe fragilidade do sistema. Esse episódio acontece aqui, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar".

O fato é que parece que estes fatos tem uma certa tendência de acontecerem mais no Brasil que em outros lugares.



ONS - Nota à Imprensa – 28/08/2013 
Ocorrência no Sistema Interligado Nacional em 28/08/2013

Às 14h58, ocorreu o desligamento da Linha de Transmissão de 500 kV Ribeiro Gonçalves - São João do Piauí (circuito 2), da IENNE, empresa  controlada pela espanhola ISOLUX, devido a foco de calor (queimada na  região). Às 15h04, esse circuito foi religado manualmente, tendo havido um  novo desligamento pela mesma razão às 15h06.

Às 15h08, também devido à queimada, foi desligada a segunda linha Ribeiro  Gonçalves – São João do Piauí (circuito 1), da TAESA, empresa controlada  pela CEMIG, configurando uma contingência dupla, que conduziu à perda de  sincronismo e consequente separação da região Nordeste do restante do Sistema Interligado Nacional (SIN), havendo perda de carga de  aproximadamente 10.900 MW, com o desligamento adicional das seguintes  linhas de 500 kV de interligação do SIN com a região Nordeste:

• Presidente Dutra / Teresina Circuitos 1 e 2; 
• Presidente Dutra / Boa Esperança; e 
• Bom Jesus da Lapa / Rio das Éguas. 

Após identificada a origem da ocorrência, deu-se início à recomposição das  cargas da região Nordeste, tendo a das capitais sido, praticamente, concluída  às 17h30.

SIN - Interligação de Bacias





terça-feira, 20 de agosto de 2013

Reduzindo Risco de Falha em Transformadores

Neste post vamos fazer um breve compêndio sobre análise de gases dissolvidos em óleo isolante e sobre o 2-fal, além de apresntar o triângulo de Durval (método de diagnóstico). Futuramente vamos fazer novas postagens entrando mais a fundo em cada um desses itens.


Com a manutenção preditiva de transformadores de potência isolados à óleo, através de análise de gases e compostos furânicos, é possível verificar a taxa de degradação do isolamento do transformador.

Falha em bobina
O teor de gases dissolvidos no óleo isolante pode fornecer uma indicação do estado de operação do transformador, enquanto a medição de furfural indica o estado do isolamento sólido (papel), podendo proporcionar meios para estimarmos a taxa de degradação de um transformador.

Sistema Isolante em Transformadores Isolados à Óleo

Esse sistema de isolamento de transformadores que associa o óleo mineral isolante e o papel isolante é o conjunto utilizado em 95% da quantidade total de equipamentos. Apesar dos recentes avanços na área de materiais sintéticos que, à primeira vista, deveriam (ou poderiam) substituir o conjunto papel-óleo, que vem sendo utilizados desde 1890, a permanência de sua utilização deve-se às excelentes características deste conjunto, face às solicitações elétricas, mecânicas e térmicas no transformador de potência [Milash, 1984; Nunes Jr., 2003].

terça-feira, 13 de agosto de 2013

NR-10 x NFPA70E - Uma discussão sobre distâncias de segurança

Salve!

Por vezes, as normas deixam vários pontos em aberto, até gerando certa confusão de conceitos.

Este é o caso da NR-10, com relação as distâncias das famosas zona de risco, controlada e livre.


A NR-10 cita em seu item 10.2.9.2:

"As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. (210.023-1\/I=4)"

Porém a NR-10 traz em seu anexo II, informações somente sobre a questão da condutibilidade, ou seja, definindo zonas de uso obrigatório de EPI isolante de acordo com o nível de tensão.

Contudo, o risco elétrico não se limita somente ao choque elétrico, mas também à emissão de energia durante arcos elétricos, já que é obrigatório contemplar a questão da inflamabilidade das roupas. Logo, seria correto chamar de Zona livre uma área que está livre somente do risco de choque elétrico? E o risco de arco elétrico?  

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Proteção Motores de Anéis - Download Manual de Proteção de Motores

No mundo da eletricidade, nem sempre mais é mais. As vezes mais é menos!

Nesse caso que trabalhei, tive a oportunidade de estudar dois motores de média tensão, de anéis, 6.6kV, os quais acionavam a mesma carga (Britador - "moedor de pedras"). Esse britator tinha a capacidade de transformar blocos de pedra de mais de 1m³ em brita, que não mediam mais do que uma moeda.
Motor WEG de Anéis (Fonte: http://www.weg.net/br)

Em primeiro contato que tive com o caso, o britador era acionado por um motor WEG, 1.630cv, 6.6kV (In=120A), conjugado a um banco de capacitores de 360kVAr, 6.6kV. Nesta situação ocorriam diversos desligamentos do contator de MT por sobrecarga. O sistema é protegido por um relé SEPAM M20.

Diagrama Unifilar Simplificado

Estes desligamentos ocorriam quando pedras de determinado tamanho entravam no britador e este não tinha potência suficiente para realizar o trabalho. Neste momento o motor perdia velocidade e a corrente disparava,  por conta do excesso de escorregamento do motor.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Usina de Hidrogênio Itaipu

Itaipu vai iniciar produção experimental de hidrogênio.

Num projeto em que será aproveitada parte da energia vertida turbinável, ou seja, o excedente de água que não pode ser armazenado no reservatório por ele estar em sua capacidade máxima, a Itaipu Binacional está construindo a Unidade Experimental de Produção de Hidrogênio. A previsão é de que a unidade esteja em operação em Foz do Iguaçu ainda em 2013, segundo a Itaipu.

Itaipu by Diener on Flickr
Os estudos vão possibilitar no futuro que Itaipu aproveite a energia que hoje deixa de ser gerada pela água excedente do reservatório para abastecer uma grande central de produção de hidrogênio. Com o hidrogênio, Itaipu poderá elevar em até 6% a sua eficiência energética e se tornar referência dentro sistema Eletrobras para a aplicação dessa tecnologia.

Vertedouro Itaipu (http://www.brasil.gov.br/)
De acordo com o presidente da Itaipu, "há muitos períodos do ano em que a usina tem de abrir as comportas do seu vertedouro para liberar o excesso de água e, com a produção de hidrogênio, essa água poderá ser aproveitada, principalmente no período noturno, quando o consumo de energia elétrica do País cai drasticamente, já que todo o hidrogênio produzido poderá ser armazenado".

Fonte (http://www.profpc.com.br/)
A Planta de Produção em escala piloto poderá atender, no futuro, o abastecimento de veículos movidos a hidrogênio na frota da Itaipu, cujo efeito multiplicador poderá ser expandido para outras aplicações do hidrogênio produzido.

Carro à Hidrogênio
A partir dos resultados desse trabalho, pretende-se identificar o potencial de produção de hidrogênio em usinas hidrelétricas, gerando uma base de dados para futuros empreendimentos da Eletrobras. Além disso, o projeto vai contribuir para a introdução desse novo vetor energético na matriz brasileira e, também, para a criação de novas unidades de negócio para a Itaipu Binacional.

Video  -Carro movido à Hidrogênio


Fontes:
http://www.pti.org.br/projeto-hidrogenio
http://www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/itaipunamidia/itaipu-vai-iniciar-producao-experimental-de-hidrogenio

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Correção do Fator de Potência em Indústria Automobilística [Solda]

Nem sempre a atividade de dimensionar um banco de capacitores é a mais das triviais. Pode-se pensar em solicitar à concessionária a memória de massa do equipamento e fazer o dimensionamento clássico de um banco automático, chaveado por contatores e acionado por um controlador de fator de potência.

Porém este tipo de dimensionamento tem muitas limitações. Como fazer com os casos de múltiplos transformadores na planta industrial? Como fazer com as harmônicas de tensão e corrente? Como trabalhar com demandas elevadas de reativo que duram menos de 1s? Como ajustar um fator de potência de oscila de 0,4 à 0,8 em poucos ciclos?

Cargas de Solda - Nem sempre simples para correção do FP
Por isso, para um dimensionamento correto, é necessário lançar mão de analisadores de energia modernos, os quais tem capacidade de analisar espectro harmônico, transitórios, afundamentos de tensão, súbitas variações de carga, etc.; dados estes não fornecidos pela memória de massa do medidor da concessionária.

http://www.aemc.com/

domingo, 14 de julho de 2013

Termografia na Média Tensão - Fuga de Corrente (Estudo de Caso)

Aquecimento anormal associado à alta resistência de contato, conexões frouxas ou alta intensidade de corrente (sobrecarga) é relacionado com diversos problemas nos sistemas elétricos.

Fonte (http://www.fluke.com/fluke/brpt/Termovisores)
A lei de ohm, P=R.I², nos mostra a relação entre a potência (calor gerado) com a corrente fluindo através de uma resistência. Este calor, quando em uma anormalidade, pode causar danos de grande monta aos sistemas elétricos. Os componentes do sistema podem simplesmente chegar ao ponto de derreterem.

Porém, além destes, outro tipo de aquecimento anormal é indício claro de fuga de corrente através de isoladores. Uma corrente de fuga através de um isolador cria um ponto de aquecimento, muitas vezes de pequena intensidade, e que pode ser facilmente ignorado por um termografista menos experiente.

As câmeras termográficas nos permitem caçar estas fugas de corrente, muito antes que esta se torne grave a ponto de romper definitivamente o isolamento do equipamento.